terça-feira, 16 de agosto de 2011

Estar vivo

Há tempos não vinha aqui no blog, seja por falta de tempo ou desatenção mesmo, ou até preguiça, porque infelizmente o dia a dia nos torna assim: preguiçosos, mal humorados, e sem tempo para tudo e para todos. E nessa correria de dias, compromissos e inúmeros aborrecimentos nos esquecemos de viver, e mais, esquecemos que assim do jeito que estamos morremos lentamente, foi então que me lembrei de Pablo Neruda e quis compartilhar com vcs, para que todos nós possamos nos lembrar: "que estamos vivos". Tenham portanto uma boa leitura e reflexão:

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito e do trabalho, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeções, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não tentando um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples ato de respirar. Estejamos vivos, então!"